A Indústria Automóvel Portuguesa em Números
A Indústria Automóvel Portuguesa em Números | ||||
Importância na Economia | ||||
Indicadores | 1996 | 2001 | 2003 | |
Peso no PIB (VAB / PIB) | ||||
Montagem | ||||
VW AutoEuropa | 0,3% | 0,4% | 0,2% | |
Outros | 0,2% | 0,0% | 0,1% | |
Total Montagem | 0,4% | 0,4% | 0,4% | |
Componentes | 1,5% | 1,3% | 1,3% | |
Total | 1,9% | 1,7% | 1,7% | |
Peso nas Exportações | ||||
Montagem | ||||
VW AutoEuropa | 9,4% | 8,2% | 5,8% | |
Outros | 3,1% | 4,7% | 4,8% | |
Total Montagem | 12,5% | 12,9% | 10,6% | |
Componentes | 10,9% | 9,7% | 10,2% | |
Total | 23,4% | 22,6% | 20,8% | |
Peso no Emprego (Indústria) | ||||
Montagem | ||||
VW AutoEuropa | 0,4% | 0,3% | 0,3% | |
Outros | 0,4% | 0,4% | 0,4% | |
Total Montagem | 0,8% | 0,7% | 0,7% | |
Componentes | 3,5% | 3,3% | 4,0% | |
Total | 4,2% | 4,1% | 4,7% | |
Fontes: cálculos INTELI | ||||
Perfil | ||||
Indicadores | 1996 | 2001 | 2003 | 2004 |
Montagem | ||||
Nº Empresas | 7 | 5 | 5 | 5 |
Veículos Produzidos | 233.132 | 239.719 | 239.361 | 226.728 |
Exportação (%) | 83,4 | 92,8 | 96,5 | 96,7 |
Emprego (ap.) | 7.740 | 8.350 | 7.470 | n.d. |
VW AutoEuropa | ||||
Vol. Negócios (M €) | 1816 | 2273 | 1624 | n.d. |
VAB (M €) | 247 | 300 | 300 | n.d. |
Valor Acrescentado Nacional (%) | 41 | 47 | n.d. | n.d. |
Emprego (ap.) | 3900 | 3500 | 3300 | n.d. |
Componentes | ||||
Nº Empresas | 180-200 | 180-200 | 180-200 | 180-200 |
Vol. Negócios | 3.137 | 4.112 | 4.294 | 4.330 |
Exportação (%) | 66 | 64 | 66 | 70 |
Emprego (ap.) | n.d. | 37.500 | 38.500 | 40.000 |
Fontes: INTELI, AIMA, AFIA, INE, VW AE, IAPMEI |
4 Comments:
COMENTARIO TESTE
Antes de mais muito boa tarde. A proveito a oportunidade para questionar sobre as exportações chinesas. A china decidio aplicar uma taxa de exportação a 74 dos seus produtos têsteis. Sera que é desta que as industriais têsteis portuguesa,vão sair do buraco e deixar de despedir pessoal?
A Autoeuropa foi segundo a Mckinsey a terceira maior oferta de incentivos (por trabalhador) governamentais em todo o mundo à indústria automóvel, totalizando 265.000US$ por trabalhador, só ficando atrás da Mercedes-Benz no Brasil (340.000US$) e da Ford na Índia (200.000-420.000US$).
Foram esses incentivos justificados? Para responder a essa questão interessa saber se:
1.Havendo evidência de “spillovers”, há argumentos razoáveis a favor dos incentivos;
A indústria automóvel que ao longo da sua cadeia de valor agrega um sem número de actividades, das quais a maior parte é subcontratada a fornecedores externos e, onde a tecnologia é um elemento preponderante, reúne condições para gerar spillovers. Na altura em que foram tomadas as decisões os incentivos foram amplamente justificados, não só pelo impacto esperado nas variáveis macroeconómicas – exportações; emprego; PIB - mas sobretudo porque havia a expectativa de dinamizar a indústria automóvel nacional, daí a contrapartida exigida à Autoeuropa de incorporar 45% de produtos e imputs nacionais nos seus automóveis.
2.Se o valor das externalidades é maior que o valor dos incentivos o bem-estar nacional aumentará;
Considerando o período 1993-2001, por cada euro investido pelo governo Português a Autoeuropa gerou 14.4 (incluído o VAB dos fornecedores) – 20 se considerando apenas o período de laboração da fábrica.
Efectivamente a Autoeuropa teve um grande impacto directo na economia nacional mas, o seu impacto indirecto – via fornecedores de componentes – foi ainda maior. O peso da Autoeuropa no PIB (0.3% ↔0.2%); exportações (9.4%↔ 5.8%); e emprego industria (0.4%↔0.3%), apesar de ter vindo a diminuir, é ainda bastante elevado, mesmo para uma pequena economia como a portuguesa, mas relativamente modesto quando comparado com o peso dos componentes nos mesmos indicadores – PIB (1.5%↔1.3%); Exportações (10.9%↔ 10.2%); Emprego (3.5%↔4%). O valor das externalidades foi claramente superior ao valor dos incentivos concedidos por isso os balanço é claramente positivo.
A contratulização de um mínimo de incorporação nacional contribui para o desenvolvimento da indústria de componentes sobretudo, pela entrada de multinacionais de componentes, que hoje respondem por 42% dos 45% de compras nacionais da Autoeuropa, os restantes 2% são fornecidos por empresas de capital nacional.
O desenvolvimento dos fornecedores de componentes nacionais parece ser o grande objectivo falhado do projecto Autoeuropa. O requerimento de incorporação nacional não teve os efeitos esperados na cadeia de abastecimento. Os fornecedores nacionais de componentes, apesar das melhorias que tiveram de implementar para cumprirem os requisitos da Autoeuropa - melhorias essas que foram sobretudo ao nível da qualidade; desempenho e logística – não conseguiram evoluir na cadeia de valor e, regra geral, caracterizam-se por fornecimentos de baixo valor acrescentado; o que poderá constituir uma séria ameaça face à recente tendência na indústria automóvel de delegar responsabilidades de desenvolvimento aos fornecedores. A Autoeuropa não ficará em Portugal devido aos fornecedores. A sustentabilidade do “cluster automóvel” está ameaçada, como podemos ver pelas muitas deslocalizações que têm acontecido em direcção aos países de leste.
Mas há alguns sinais de que a situação pode estar a mudar, como é o exemplo de três empresas recentemente fundadas por trabalhadores que abandonaram a Autoeuropa
(Ver “Casos de Empreendedorismo Português seleccionados” disponível em http://www.janelanaweb.com/manageme/revelacoes2003.html)
Os incentivos à Autoeuropa foram amplamente justificados quer porque na altura havia evidência de spillovers quer por o impacto do projecto no aumento do bem-estar nacional, no entanto, fica a ideia de que a transferência de tecnologia e conhecimento para a indústria nacional ficou aquém do esperado ou talvez ainda seja demasiado cedo para uma conclusão.
Falarmos da AutoEuropa em Portugal é como falar de uma bolsa de ar que veio ajudar ao País dando um contributo muito importante para a sua economia e para a indústria automóvel local. Mas atenção que esse projecto não caiu do céu, foi preciso haver muitas negociações com o governo para se chegar ao projecto final e é disso que importa falar. Todos sabemos que as politicas publicas de atracção de investimentos directos estrangeiros tais como os subsídios e os impostos são grandes armas dos governos locais na guerra com os outros países rivais a fim de cativar para o seu país investidores internacionais, e o projecto Ford-VW não foi excepção a regra. Com um investimento inicial total de 1970 milhões de Euros, o estado Português participou com 520 milhões no total, sendo que os incentivos fiscais constituíram 6%, os industriais, 79% e em formação 15%. Um dos aspectos vitais para o apoio das autoridades portuguesas ao projecto assentou no nível de incorporação local, designada por VAN, que deveria atingir 45% devido às pressões governamentais para um incremento da aquisição de maiores quantidades de componentes à indústria nacional. Analisando a priori parece ser muito o montante disponibilizado pelo estado para atrair os gigantes Ford-VW para Portugal, mas olhando para o impacto do Projecto Autoeuropa na industria e economia nacionais essa opinião fica logo posta de parte. O impacto do projecto na economia portuguesa pode ser observado pela análise de alguns indicadores estatísticos, como o respectivo peso de cerca de 2% no PIB ou de aproximadamente 8% no total das exportações nacionais. No que concerne a industria automóvel Portuguesa, esta sofreu um impulso deveras positivo após a implementação do Projecto, a nível qualitativo e quantitativo. Os Fornecedores nacionais são 55 num total de 388, o que se revela bastante positivo dado o estado de desenvolvimento da industria local. Esse relacionamento tem sido de grande valia dado que permite a ambos uma troca de experiência e de Know- How de forma a que haja um melhoramento continuo na qualidade e deste modo o maior incremento da competitividade a nível internacional. Agora analisando o retorno do investimento do estado, vemos que a cada Euro investido o retorno foi de 20€ na economia no período de 10 anos de laboração da Autoeuropa em Palmela, o que é bastante produtivo para o país. Também como já foi falado anteriormente a fatia que o projecto ocupa não só no PIB (2%) como no total das exportações(8%).
Mas neste momento nem tudo vai de vento em popa para o IDE em Portugal, observando-se uma onda de deslocalizações para países cuja mão-de-obra é mais barata, como é o caso dos países do Leste Europeu. Neste quadro é preciso que o governo encontre formas de não somente prender as empresas que já se encontram a laborar em Portugal como também atrair futuros investidores estrangeiros. Mas a tarefa não é nada fácil, esse é um dos grandes males da globalização. Fala-se muito no incremento da competitividade nas indústrias Portuguesas, mas as soluções para alcançarmos essa tão falada competitividade tardam em chegar, tendo em conta que Portugal é um país dependente dos fundos estruturais da EU. O meu apelo é que o país se concentre em áreas onde tem vantagens comparativas face aos seus adversários, como o turismo e o desenvolvimento da pesca. No que toca a Autoeuropa, é muito complicado mas uma forma tem que ser encontrada para manter o projecto no país dado que para além do seu contributo à economia está em jogo cerca de 3100 postos de trabalho directos e quase 7000 indirectos.
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